segunda-feira, 2 de março de 2009

"Feliz Natal & Feliz Ano Novo!"

Acho que a caridade é a condição mais emocional que podemos ter. Acho até que é o sentimento que mais nos humaniza. Em mensagens impressas nos cartões de fim de ano estão palavras nada surpreendentes: prosperidade, amor, felicidade... Alguém aí em frente ao computador curte sinceramente receber tais cartões?! Quem recebe um destes com alguma animação ou está sofrendo de carência aguda ou tem um senso de humor inabalável. Comemoro sempre que não me enviam um cartãozinho infame destes. Mas se os recebo, vibro a ausência da palavra "caridade". É que o conteúdo desses cartões tornou-se inexpressivo, sem força alguma. E a caridade, com todo o seu sentido, não pode estar estampada fazendo parte disso. A intenção da caridade tem a beleza do amor mais profundo. Caridade é doação. E não é doação de agasalho, brinquedo ou comida. Não é palpável. É doação de si. É querer visceralmente socorrer mesmo com as próprias mãos amarradas. É olhar um semblante de tristeza e desejar dar um abraço apertado. É ouvir com carinho um sofrimento que não é seu. Ter caridade é abortar "o rei na barriga" para, quem sabe, compreender a própria insignificância.

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