quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Amor.


Como bela desocupada que estou, ando divagando, meditando, refletindo, inclusive sobre o amor. Quase sempre descrevem o amor como algo tão óbvio... Mas o amor não tem nada de óbvio. Aliás, existe algum sentimento que seja óbvio? Minha principal idéia sobre o amor é a sua indeterminação. Sentimos aquele "uau!" dentro do peito e dizemos "amo você". Mas depois não amamos mais. Aí voltamos a amar e desamamos outra vez. Talvez amar seja alguma coisa parecida com uma descoberta súbita do amor ao que já nem se ama mais.

Passarinho.


Estou sentindo meu filho mexendo. A sensação é deliciosa! Sinto movimentos delicados, mas frenéticos, como os movimentos de um passarinho frágil e pequenininho preso nas mãos.

Luciana?!


Sou eu! Estou aqui! E ainda adorando escrever. Mas estava sem "saco", sem ânimo, sem nenhum entusiasmo para pegar na caneta. Sim, sim, isso mesmo: pegar na caneta. Porque nunca, nunquinha escrevo direto no computador. Eu adoro desenhar as minhas letras, rasurar, rabiscar, manchar o papel. Computador só depois do ponto final à caneta. Não que eu tema o teclado ou coisa parecida, até porque até curso de digitação eu já fiz. Bom, quero dizer, "curso de digitação" é uma maneira atualizadíssima de falar, porque o que eu fiz na verdade foi um curso de "datilografia". Creia! Curso de datilografia!!! Coisas de Raul - meu pai. Pois é, eu vivi essa experiência exótica. Eu tinha uns oito ou nove anos, já bastante miope, usava óculos imensos - "fundo de garrafa" -, que só não eram maiores do que aquele trambolho pré-histórico e pesado que minhas mãozinhas infantis mal conseguiam alcançar. A instrutora tinha uns 160 anos, mau hálito e voz esganiçada. Uma tortura! Eu não diria que foi uma experiência necessária, mas Raul entedia aquilo como algo fundamental para meu desenvolvimento. Caneta, teclado, sei não... Aí só Freud para explicar direitinho...

sábado, 17 de outubro de 2009

Bobiou, sambou.


Minha vida não é de samba, nem de fuga, nem de vexame. Minha vida é de calor, amor e realidade. Em minha vida não cabe mais brincar de casinha, e acho que desaprendi a ter indiferença com a tolice alheia. Desconfio que a vozinha do meu juízo andou berrando para mim: "Se segura, morena, que esse samba de doido vai acabar sobrando pra você!" Meu juízo gritou bem alto, ficou até rouco, e eu (ainda bem!) ouvi a tempo. Nesse momento vou remendando meus erros, corrigindo minhas escolhas mal-feitas e reparando alguns danos. Ao mesmo tempo minha barriga se estica, meu filho dança em mim e eu me desmancho de tanto amor. E enquanto você samba, eu vivo.