domingo, 22 de abril de 2012

Imperceptível...?

Eu darei colo para minha amiga tristinha; me dedico em beijos extras quando meu pai está zangado; digo palavras doces para meu amigo de coração partido; sempre encho o meu pequeno de carinho quando se machuca; me esmero em fazer minha mãe sorrir quando está angustiada; faço até massagem especial em meus irmãos se me confessam um dia ruim, ou afago seus cabelos com muito amor se os percebo chateados... Se entendo que a pessoa ficará feliz, dou um abraço apertado e sincero - mesmo em quem nem simpatizo tanto assim. Mas, e quanto a mim? Quem me abraça?

sexta-feira, 13 de abril de 2012

"Démodé"


Eu me sinto tão cafona... Me adapto apenas razoavelmente aos largos passos da tecnologia. O rápido, o ágil, o prático do high-tech me aborrecem! Da internet eu gosto bastante por favorecer a comunicação. Portanto, gosto tanto do Facebook, MSN, Skype, e-mail, quanto gosto de telefone, carta, bilhete, mímica, porque gosto mesmo é de me comunicar. Gosto da troca de palavras, da troca de sinais, de perceber o outro, exprimir meus devaneios e opiniões, me exibir. Gosto, peculiarmente, da privacidade da internet. Isso mesmo: privacidade. Posso flertar teclando, mesmo com o cabelo preso de qualquer jeito, vestindo um camisão puído e devorando um sanduiche sem o mínimo de "sex appeal". Gosto da privacidade de "estar" e declarar-me "ausente", de bisbilhotar a vida de quem me interessa sem que a pessoa possa sequer desconfiar disso. Contudo, gosto ainda mais da presença real, do palpável, do som de cada palavra, dos desenhos dos gestos. Acho super chiques essas maquininhas portáteis, cada vez mais modernas e menores, porém me interesso muito pouco por elas. Sou mesmo uma cafona.

Ah, eu adoraria!


Nese momento eu adoraria me sentir mais livre, me desfazer de mim, da aparência milimetricamente ensaiada, me desfazer das roupas, do certo e do errado. Me libertar do relógio, da idade, do compromisso. Eu adoraria me desvencilhar do "bonitinho", do aceitável, do sóbrio, do crivo. Ah, isso seria como um sonho maravilhoso, ou como um longa-metragem desses muito loucos e sábios que nos transformam para sempre. Está resolvido: vou fazer as malas! Destino? Uma praia magnífica "hippie-nudista". E lá pretendo tomar meu primeiro pileque. Mas me desculpe, não vou convidar você. É que faço questão de ir sozinha.