segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um tic-tac desobediente.


Eu não tenho tempo para nada. E nem você. O tempo que estava aqui agorinha, quase firme, bem aqui no meu digital, ou aí no seu analógico, já foi, já era, virou purpurina, fumaça, poeira suspensa incapturável. Acredite em mim: mais tarde é daqui a pouco. Eu simplesmente gostaria que ele, o tempo, fosse mais cavalheiro comigo e me dissesse apenas: "Pode passar em minha frente, senhorita". Eu agradeceria elegantemente a gentileza, e seguiria mais sossegada. Mas o tempo, esse sujeitinho sonso, me toma à força! Me violenta, me invade! E eu, mesmo assim, vivo correndo atrás dele...