segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A vidinha no interior I


À 146 km de Salvador, no recôncavo baiano, com aproximadamente 60 mil habitantes, está a cidade que moro desde maio. Eu adoro Salvador, seus "busus" fedorentos, expelindo fumaça preta, o lotado Shopping Iguatemi de véspera de Natal, o Farol da Barra cheio de gringos e prostitutas, o engarrafamento abafado do Rio Vermelho, e também os restaurantes charmosinhos com menu de grandes cifrões, o trem da Calçada e sua vista deslumbrante, os shows de mpb em manhãs deliciosas no Parque da Cidade. Eu adoro! Mas gosto cada vez mais dessa vidinha de interior. Vidinha mansa, sem grandes preocupaões, quase tudo se resolve de bicicleta. Todo mundo se conhece - nem que seja "de vista" -, os semblantes são despreocupados, os hábitos são diurnos, solares, bate-papos descontraídos pontuam sempre as esquinas e, eu suponho, que talvez aqui as pessoas sofram menos de solidão. Mas nasci no Hospital Espanhol, "de frente para o mar", como romantiza Raul. E, coincidência ou não, confesso que ficar longe de praia é a parte realmente ruim dessa vidinha no interior.

Nenhum comentário: